sábado, novembro 15, 2014

Aquele Imenso Vazio

Sinto falta da intensidade das sensações
Sinto falta de ser capaz de transformar o sentimento
Em frases bem construídas

Sinto falta de saber expressar minha dor nas folhas de caderno
E aproveitar a tristeza para amadurecer
Sinto falta da certeza de que as coisas dão errado para que deêm certo
De um jeito muito melhor

Sinto falta de levantar a cabeça, ainda que enfrente o fracasso
Por entender que aprendi como agir para obter o sucesso

Sinto falta de ter o mundo todo esperando que eu o tornasse pequeno suficiente para carregar em baixo do braço
Sinto falta de acordar acreditando que existe vontade nas ações e que não é má vontade e sim pequenos enganos
Sinto falta de quando eu não entendia, quando eu tinha esperança
Sinto falta do tempo que o mundo era mágico

Agora deixei que meus heróis desaparecessem
E toda essa realidade é desanimadora
E ainda essa tristeza
Sinto falta de quando o mundo era tão grande que eu precisava de toda vida para conhecer

Agora sem sair do lugar o mundo é tão pequeno
E em todo lugar a ignorância reina como principal característica cultural
E cansado de tentar
Sinto falta de quando não entendia, e conseguia ser feliz só por viver

Sinto falta em acreditar que não havia obstáculo incapaz de transpor

Da lágrima de incentivo a cada esforço

Sinto falta de sentir percorrendo pelo corpo a agitação da esperança


Sinto falta ao olhar pra trás

Da facilidade de trocar o óbvio por vontade...

E continuo fugindo da vida

Fugindo de enfrentar desilusões


Procurando refugio em desculpas rídiculas

E praguejando contra o mundo
É, de braços erguidos e punho fechado
Praguejando contra o mundo

Irmão

Os olhos se abriram lentamente
Assimilando quadro a quadro toda novidade
Através daquele vidro
Mesmo antes de descobrir a importância daquele momento
Os olhos recém descobertos fixados nos olhos admirados

Foi de repente que tu estava ali
E então sempre esteve

Cada medo que senti, mesmo sem dizer
Aqueles olhos pequenos dividiam o medo
Cada alegria que senti, e aqueles olhos sentiam a mesma alegria comigo

Hoje já não sou o heroí ou o professor
Já não sou aquele que indica as tuas escolhas
É assim que sei do meu sucesso

É bom saber que somos diferentes, e ainda assim irmãos
Saber da minha influência, saber que estamos unidos eternamente

Aceitar que somos opostos e ainda assim tão semelhantes
É me olhar no espelho, não desistir de me entender, saber que posso ser imperfeito
Ficar triste e aborrecido
E receber teu auxílio e amor

É me permitir vacilar e entristecer
Pois quando eu precisar
Sempre vou te ter

Eu já não posso te dizer o que fazer
Já não posso dizer em que tu tem que acreditar
Não consigo nem mesmo olhar nos teus olhos e dizer o que eu sinto

Tu é meu brother, confidente
E eu te amo, amo do melhor jeito que eu posso amar

quarta-feira, novembro 12, 2014

Cidade Fantasma

Apenas saí caminhando por aí
E a cidade não tem nada para oferecer
Além de sombras decadentes influenciadas por razões vís

Insisti em seguir caminhando
Pelos mesmos óbvios caminhos tediosos da cidade
Esquivando das aparições etéreas dos personagens superficiais

Porque precisava caminhar por aí,
Porque precisava descobrir algum sentido,
Porque precisava de alguma justificativa,
Porque precisava inventar qualquer razão

Mas tudo que encontrei, se resumiu a imagens apagadas
Almas transparentes, corpos cinzas normais
Resignados a vagar a esmo, sem motivos ou motivações

E não havia coisa qualquer na cidade entendiante
Não havia surpresa alguma em lugar nenhum

Nessa cidade que se esconde, mesmo antes do sol nascer
Não existe inconformidade
Não existe rebeldia
Não existe surpresa

Enquanto minha cabeça viaja
Em absurdas direções
A cidade silencia e dorme
Feito criança pequena
Sonâmbula, em descanso profundo

Ignorante e alheia
Segura e previsível
Distante de todo absurdo e de toda mágica
Que reina nas fantasias lisérgicas
Das verdades da madrugada

Adormecida, como se tivesse desistido
Imóvel, como se tivesse medo
Quieta, escondendo-se de tudo
Com medo que percebam que ainda respira
Que ainda não morreu

E ainda assim, perdida e escondida nessa letargia urbana
Existe uma energia surpreendente
Que luta para transpor essas tantas barreiras
Um grito quase inaudível de rebeldia

Preso entre as paredes opressoras da maioria
Contra a força obscura do comodismo
Um desejo sincero de se transformar

Fazer da realidade, movimento
Fazer do tempo, aliado da mudança
O passado como caminho para evoluir
E não como verdade absoluta



domingo, novembro 09, 2014

Mulheres Modernas

Porque ela se move chamando atenção
E seus passos suaves deslizam como coreografia
Ela tem o nariz empinado
E não olha para outros lados

Ela fala somente o necessário
E as poucas palavras
Só fazem sentido
E te mostram o quanto está equivocado

Mas ela não ama ninguém
Ela é inteligente
Ela é suficiente
Mas ela não consegue amar ninguém

Durante a semana
Ela tem empregados
No fim de semana
Ela fica de lado

Ela é tão importante
E sabe bastante

E a vida parece suficiente
Mas no fundo da alma
Grita insistente
A vontade de um amor perene

Ela não precisa de ninguém
Ela só quer alguém
Para dividir o sucesso
E ganhar carinho também

domingo, novembro 02, 2014

Um Grito No Vazio

Pode parecer um amontoado de palavras
Organizadas sem nexo ou intenção
Jogadas na folha branca
Sendo apenas palavras

Mas no meio dessa gritaria
Sempre existe algum querer
No meio da confusão
Sempre existe um grito sufocado por atenção

Mesmo no meio da multidão
Misturada entre tantos corpos
Desapercebida vaga uma alma
Que flutua solitária no centro da aglomeração

Invisível ante a velocidade do mundo
Imperceptível no centro da agitação
Todos os corpos movimentando-se
Na rapidez da vida moderna

Mortalmente imersos nas próprias ambições
Sempre preparados para o confronto
Infinitamente cegos
Desprovidos do dom da resolução

Talvez seja apenas consequência
Lógica e imutável
Para o que decidimos ser
Onde a maioria finda arrebatada

Ainda assim, dissonante
Almas rebeldes vagueiam por aí
No meio da conformação
Gritando verdades insuportáveis

sexta-feira, maio 30, 2014

Ao Meu Irmão

Já faz tempo que não te vejo
Já faz tempo que me falta teus conselhos
Teus olhares
Tua sabedoria

Passaram meses, passaram dias
E a vida continua acontecendo
Desafiadora sempre
E ainda sem tua sabedoria

Eu insisto em ser melhor
Eu acredito fazer o melhor

E só posso fazer, porque sei
Que esteja onde estiver
Estou guardado por esse amor infinito
Esse amor fraterno

É em tí que meus medos se perdem
É em ti que sou alguém melhor
Meu irmão, meu par

E vou sempre estar aqui
Do teu lado
Mesmo longe
De corpo e alma

Cheio de saudades e de eternos abraços
Sempre prá tí
Meu amigo, meu conselheiro

Com os olhos carregados
De admiração e saudade
De felicidade e orgulho

Meu irmão
Meu par
Meu corpo
Minha alma

E vou estar sempre aqui
Prá tí
De corpo, de alma
De qualquer coisa que for preciso

Tu é meu bem mais precioso
É teu meu maior amor

Meu irmão, meu par!

sexta-feira, abril 04, 2014

Desses Amores

Toda vez que eu penso
Toda vez que eu realmente quero pensar
Eu, estático, penso sobre os amores que tive
E me questiono sobre o quão errado eu fui

Todos meus equívocos
Minhas falhas indecisas
Meus erros de julgamento

Toda vez que paro para pensar
Sempre que penso
Muito que questiono

Todos os amores que declinei
Parecem amores
Que deveriam ser grandes amores

E sobre os amores que me atirei
Parecem aqueles que deveria ter deixado prá trás

Toda vez que penso
Sofri por ideias
Chorei por casos sem chance

Deixei amores eternos
Perdidos em esquinas tortuosas
Esquecidos em desculpas furtivas

Dos amores que quis
Dos amores amores que perdi
Ainda lembro dos impossíveis

Por serem inesquecíveis
Por serem impossíveis
Por serem apenas traições
Daquilo tudo que sempre quis

sábado, março 29, 2014

E assim, se ama!

Se vive de poucos amores
De poucos grandes amores
De grande apenas amores

Assim se vive
De pontuais amores
Amores estranhos
Questionáveis amores
Insuportáveis amores

Tristes amores
Felizes amores
Oportunos amores
Improváveis amores

Assim se vive
Sofrendo de amores
Perdendo amores
Inventando amores
Questionáveis amores

Assim se vive
Vivendo por amores
Morrendo por amores
Dividindo amores
Deixando amores

De solidão é que se vive
Da tristeza dos amores perdidos
Da alegria dos novos amores
Da tristeza dos amores esquecidos
Da incerteza dos amores que seriam
Da fatalidade dos amores que foram

Assim se vive
Da dor de amor
Da alegria do amor
Da vontade de ter amor
Da sofridão de amar

E assim se vive
Amando, pronto pra não amar
Não amando, pronto pra sofrer de amor


terça-feira, fevereiro 25, 2014

Meu Coração

Ah o coração
Sempre pronto a surpreender

Sempre transforma aquela pessoa
Em a única pessoa
E depois esquece

Ou então não esquece
E não nos deixa esquecer
É só um coração
Inteiro pra alguém

Ah meu coração
Que se entrega e se joga
E exige perdão
E se deixa perdoar

Esse coração pronto
Pra ser arrebatado
Despedaçado
Cuidado

Ah! esse meu pobre coração
Que se enche de vida
E que doí na partida

Ainda estará aqui
Pra viver e morrer

Devaneios 2014

E se trocássemos
O ódio e a revolta
A intransigência e opressão
Por outra certeza

Um pouco mais de aceitação
De conversa e respeito
Quem então, hoje seríamos?

E se deixássemos de lado o medo
O medo do diferente
E ao invés de mudar os outros
Deixássemos que fossem do jeito que são?

E se simplesmente deixássemos os diferentes
Serem diferentes
E sermos diferentes pra eles
Do nosso jeito

Liberdade, igualdade e fraternidade
Liberdade de ser quem é, sem medidas, sem medo
Igualdade quando julgar, e perceber e aceitar a liberdade de todas as pessoas
Fraternidade é aceitar a liberdade e a igualdade

Mesmo quando seja estranho demais
Mesmo quando inimaginável

sexta-feira, agosto 09, 2013

Eu corro até meu travesseiro
Anseio pelo sono
Não para sonhar
Mas desejoso que o tempo corra veloz

Esperando pela chegada de outra manhã
Nervoso, torcendo pelo próximo minuto
Esperando impaciente o momento de subir os degraus daquela escada comum

A cada passo me sentir mais próximo
E no fim do caminho, a poucos sentimentos(centímetros), respirar fundo, sentindo a excitação de descobrir novamente teu corpo

Atrás de uma porta, ou parede...controlar o sorriso, a alegria
E daí o teu rosto, que me olha com um sorriso
O sorriso que para os outros é apenas um sorriso
Mas faz com que eu não precise de mais nada

São escuros e vazios os dias que não começam com esse sorriso
São apenas dias que passam e não importam
Não são como os dias que teus olhos fitam os meus
E eu me perco na beleza dos teus olhos
Sempre, me perco, na beleza dos teus olhos...

quarta-feira, dezembro 05, 2012

Amor - Parte V - Epílogo

Não existe o fim.
Apenas outras versões.

Linhas, palavras, intenções
Receios e recreios

E completo sem fim.
Que se renova.

E continua, continua, continua...

segunda-feira, dezembro 03, 2012

Porque meu coração tinha partido
E minha crença esvaído
Entre dor e incertezas
Não parecia existir como risco sabido
Acabar confuso outra vez

Pela incerteza do sentimento e aquela vontade irracional de querer bem a alguém
Parecia experimentar a dor que arde sem solução
Que fere sem marcas visíveis
E que tem no tempo a única cura
Dissipante, lenta e nociva

E assim, seria outra vez
Senhor de meus desejos
E sabedor do poder paralisante desse sentir
Desenvolto na arte de evitar seus apelos

E ao me sentir liberto
Almejaria conquistas improváveis
Encorajado por pequenas vitórias delirantes, embebido em uma crença infantil
De que a sujeição ao sentir se resumia a primeira frustração

Mas a realidade não sabe ser compreensiva
E ainda menos capaz de agir com sutileza em ensinar
E exige sofrimento, raiva e confusão
Para esclarecer o que tem a dizer

E nesse processo
Acabamos despidos de conhecimento
Perdendo verdades que levaram anos sendo construídas
Até estarmos completamente nus, daquilo que nos definia

E quando atingida essa fase
Voltamos a construir a realidade que nos definirá
Completamente mudados, distante do que fomos no príncipio
Mais sábios, mais capazes de lidar com as coisas ao redor

Porém, carregando em si
Um pedaço de individualidade que nasce junto
E faz com que cada um de nós sejamos únicos
Escondidos entre generalizações
Transformados em comuns no meio de tudo

Inevitavelmente levados de encontro a realidade
Até o momento irreversível que impulsiona as engrenagens
Do movimento que leva à mudanças
Que perecerão como marcos de uma história pessoal




quarta-feira, outubro 12, 2011

Bendito o dia que andarei ao lado da loucura
Para que não seja outro qualquer comum
Mas que ela não seja minha mestra
E sim o devaneio quase perfeito de outra descoberta

sexta-feira, setembro 09, 2011

Lar

Eu fechei a mochila e botei nas costas
Caminhei até a porta em silêncio
Antes de partir, olhei por sob os ombros
Guardei essa última recordação

A sala vazia, com retratos felizes
O cheiro das flores e a mesa posta
Da cozinha podia sentir o aroma de comida caseira
E vozes conhecidas abafadas, misturadas com o som do rádio ligado

Bati a porta e caminhei até o portão
Da janela minha mãe acenava
Tinha um sorriso no rosto misturado com lágrimas
Que me dizia boa sorte

Pra encarar o desconhecido
Desfrutar da aventura que existe na incerteza
Protagonista da minha história
As vezes vilão as vezes mocinho

E ainda restam muitos capítulos a serem escritos
Tenho ainda presa aos ombros a mochila
Que agora carrega muito mais que antes
Mas ainda comporta muitas coisas

E quando o novo surge amedrontador
Tentando me convencer a recuar
Me pressionando a voltar
Inventando obstáculos para me ver desistindo

Eu fecho os olhos
E lembro daquela sala
Onde reunidas, comem, riem e convivem
Vozes familiares, gestos carinhosos e acolhimento

E assim posso seguir em frente
Porque sei, que braços abertos me esperam
No dia em que eu decidir atravessar novamente aquela porta


sábado, junho 25, 2011

amor....sempre...

Eu amei
Eu chorei
Eu senti
Eu não percebi

Eu fui amado
Eu fui desprezado
Eu me declarei
E fui gentilmente descartado

Eu me esforcei prá entender
Entendi tudo errado
Já tentaram me entender
Mas acabaram equivocados

E conseguiram me amar
Descobriram meus pecados
E eu acabei errado
Causando estragos

Mas já fui sincero, apaixonado
Já soube amar e ser amado
Mas agora insisto em ser desconfiado

Mas espero juras de amor
Apaixonadas, com entusiasmo
Para poder gritar em resposta
Todo esse amor que a muito se esconde, guardado..

Desses amores que acabam mas nunca terminam...

Eu acabei embriagado
Virando todos os copos
Sem pensar, sem tentar entender

Procurei todos os desvios
Secando copos cheios de alcool
Engolindo porções de coragem
Que enchem o peito e apagam fracassos

E mesmo que duvidasse de minhas chances
Reuni coragem para desafiar tua soberba
E nunca duvidei da minha inteligencia
Mas duvidaria se tu perguntasse

Porque eu sempre fui capaz de resolver problemas
E encontrar a solução para desafios
Mas nunca entendi o motivo
Que criava uma incerteza e fascinio
Ao redor de tí

Capaz de prender minha atenção
E confundir minhas idéias
De um jeito que me faltassem palavras...

E que me fazia ter 12 anos novamente
Tentando inutilmente chamar tua atenção
Fazendo bobagens, gritando besteiras

E foi um conto de fadas
O dia que teus lábios encontraram os meus
E foi o momento mais perfeito
E tudo se realizou

Mas como o final feliz é o fim do conto de fadas
E o depois é realidade
A magia se dissipou...

E tudo acabou num instante
Como se tudo durasse no tempo de um piscar de olho
Mas a lembrança acabou eterna
De um jeito insistente
Que perdura e atravessa os tempos

Eterna como uma lembrança feliz
De uma vida passada
Na fantasia da felicidade
De tudo que não volta mais...

Sobre As Coisas Que Nos Fazem Diferentes

E depois de ignorar o amor
Por medo de enfrentar o sofrimento consequente
E tentar evitar o vazio correspondente

Me deixei envolver pelas sutilezas do gostar
E sem perceber, me percebi perdido em desejos
Capaz de abdicar de qualquer vontade
Entregue aos devaneios do gostar

E não demorou muito
Para me deixar levar
Por fantasias construídas pelo sentir
E certezas baseadas em suspiros

Prometi deixar no passado
Atitudes comuns
Respostas óbvias repetidas no dia-a-dia
Afirmações de personalidade

E fui capaz de mudar
E remodelei minhas verdades
Para me adequar as exigências
E tentei mudar ainda mais

Mas falhei em ser outra pessoa
E acabei traído por minha personalidade
E fui levado a lamentar um amor perdido
Que fiz questão de lutar

Mas descobri
Ainda que tenho virtudes
Que foram esquecidas por mim
Deixadas de lado, soltas em um passado esquecido

E ao lembrar desse amor
Parece um lamento
Pois desperta o fracasso resultante

Mas logo se transforma
E ressalta todas as coisas
Que demonstram o quanto eu mudei
E lembram que sou capaz de sentir, dividir, acreditar e repartir
Qualquer sentimento e verdade sobre amar

sexta-feira, junho 10, 2011

Percepção interna e auto avaliação emocional sobre o significado do amor motivado pela proximidade do dia dos namorados

Eu que pensava que o amor era eterno
Descobri que ele tem fim
E nesse fim existe uma dor gigante
Que não passa com anestesia
Mais que isso, exige um pedaço de tristeza
Junto com uma porção enorme de tempo

Para que tu possa chorar
E sentir saudades
Extravasar toda a raiva
E odiar, e querer bem

E então esquecer de tudo que era ruim
E lembrar apenas do que era bom
E sentir todo aquele amor novamente
Apenas para descobrir que a parte boa
É como um doce comido na infância
Mesmo que o gosto seja o mesmo, o prazer não é igual

E o amor é capaz de acontecer como um estalo
Uma vontade impulsiva que perdura através dos anos, e para alguns eternamente
Basta segundos para tomar conta
Mas leva muito tempo para ser esquecido

E quando se consegue
Enfim, se libertar de um querer sem sentido
Exige um esforço enorme para evitá-lo
E para se manter atento em evitar se perder na mesma armadilha

E as vezes viemos a nos esconder
E afastar o mundo, desejando estar sozinho
Escondido em algum lugar afastado
Para evitar sentir novamente o vazio deixado

Mas invariavelmente ocorre um descuido
E ao baixar a guarda
Acaba-se surpreendido
E involuntariamente apaixonado

E então esquecido do sofrimento antigo
Do egoísmo de se preocupar apenas com a própria felicidade
Para cegamente se entregar ao bem estar que traz esse sentimento
E entende que poderá repetir a dor, mas aceita o risco apostando que será mais feliz

O coração será partido, a tristeza do amor será sentida
Mas acaba trocando a segurança de não sentir
Pela possibilidade de amor, da sensação de ser importante para alguém, de ser aceito mesmo com seus defeitos e falhas.
Aceitar a possível dor do rompimento em troca da aposta de felicidade.

Por isso vamos celebrar sempre o amor.
O encontro de duas almas destinadas a viver eternamente durante um periodo.
O amor não se extingue, ele é eterno. Relacionamentos começam e terminam mas o amor construido não termina.
Porque o amor é eterno diante dos laços construidos e incapaz de ser dissolvido. O que separa não é o amor, é o desamor.


segunda-feira, março 28, 2011

Um Dia

Talvez, algum dia tu vai me encontrar
E se tu resolver deixar tuas preocupações de lado
Tu vai encontrar uma verdade completamente nova
Vai perceber que existe um abismo naquilo que tu chama de verdade

Talvez, algum dia tu vai me ver com outros olhos
E sem as velhas conclusões
Tu vai descobrir que eu tenho outras coisas pra contar
E com surpresa vai descobrir novidades

Talvez, algum dia tu vai olhar para trás
E por estar diferente
Tu vai desvendar algumas pistas que te deixei
E entender que já não sou o mesmo de alguns anos atrás

Talvez, um dia tu consigo perceber
Que o jeito que eu agia
Era meu jeito de chamar tua atenção
Para que tu percebesse o quanto eu te amava

Talvez, um dia eu possa encarar teus olhos
Para lamentar todos os enganos
E te dizer sem receio
Que o tempo passou, mas tu me faltou

Ela Sabe

Ela tem muitas qualidades
E passeia pelas ruas como se fosse única
Ela nem se esforça muito
Mas sempre encontra alguém com um elogio

Ela caminha com a cabeça erguida
E não precisa levantar a voz
Porque sempre tem alguém que a escute
E ela sabe que alguém espera para ouvi-lá

Ela sempre está satisfeita
Porque acredita que todos respeitam sua inteligência
E ela tem razão
Ninguém vai duvidar disso

Mas ela sabe que falta alguma coisa
Sofre com o medo de ficar sozinha
Porque todos esperam que ela tenha respostas
E ela sabe que não pode responder suas próprias perguntas

Mas ela continua agindo como se soubesse todas as verdades
E todos a procuram por conselhos
Mas ninguém pergunta como ela está

E ela trocaria tudo
As certezas, verdades
Por um pouco de atenção

Ela sempre sabe de tudo
Mas nunca descobriu sobre si mesmo...

Um Pouco De Loucura!

É porque não era a mesma noite
E a lua já não tinha o mesmo brilho
E as estrelas que sempre estão no mesmo lugar
Apagaram porque mais de mil anos passaram

E as estrelas que tomaram o lugar das antigas
Não repetiam os mesmos conselhos
E todos os mortais descobriram que também não iriam viver prá sempre

E as árvores resolveram que já tinham criado sombra o suficiente
E agora assombrariam os dias
E deixariam que a lua cuidasse dos esquecidos

E não havia um desejo claro no ar
Ou uma vontade de repetir o senso comum
De repente era cada um por si
Atolado em problemas irrelevantes
Incapazes de serem resolvidos

Como se não houvesse lógica na adição
E subtrair fosse um passeio divertido
O carrossel futurista de verdades mentirosas
E desculpas interessantes para perguntas não feitas

O carnaval de fantasias sérias
Engravatados empresários com pastas vazias
Que precisam de segredos nos cadeados
Para esconder papéis que explicam a falta de imaginação

Pessoas que evitam um abraço
Porque tem medo de se contaminar
E a falta de beijos
Porque não existe um jeito seguro de dizer eu te amo

E acaba tudo com aquela falsa sensação de segurança
Porque as grades foram erguidas, mas os corpos ficaram do lado de fora
E já não existe ninguém capaz de querer o bem
Porque a prisão existe dentro de nossas próprias cabeças

E já não basta ser louco
Porque não tem como fugir da realidade
Nem inventar mundos
Porque eles serão destruídos

E as palavras deixaram de causar efeito
Porque esqueceram que além da vontade de ter
Esquecida está, em um canto do mundo
A essência de existir
E já não existimos mais...

Surpresa

Houve um tempo
Onde meu coração havia se partido
E nesse tempo não havia nada que pudesse mudar
Ou ferramenta capaz de juntar os pedaços

O amor se tornou um adversário
E o jogo virou a mesa
Fez do destino
Um espaço vazio

Como um achado
Uma surpresa surpreendente
Garota eu te encontrei
E não demorou para sermos parceiros em crimes

Fez meu mundo outra vez divertido
E sem muito esforço roubou meu coração
Precisou de um simples sorriso
Pra confundir minhas certezas

E eu que tinha esquecido o que significava vontade
Me enchi de todas as vontades
E foi insuficiente qualquer esforço em te ignorar
Você aparecia sempre em minhas alucinações

E mesmo que eu feche meus olhos
É impossível ignorar tua presença
E de repente eu sou incapaz
De deixar de perceber teu corpo perto do meu

Foi como um achado
Uma surpresa surpreendente
Garota eu te encontrei
E não demorou para sermos parceiros em crimes

Já não sabia
Se eu estava perdendo a cabeça, como um louco
Ou se era o impossível acontecendo diante de meu olhar incrédulo
Desdobrando novidades incapazes de imaginar

Sei que tu tem esse poder sobre mim
E de repente meus atos se tornam teu comando
Me transformo em uma marionete guiada por teus desejos
E até tuas palavras ecoam com minha voz

Como um achado
Uma surpresa surpreendente
Garota eu te encontrei
E não demorou para sermos parceiros em crimes

Eu tentei lutar contra teu poder
E chorei ao te encontrar
Mas teu amor é um doce mistério
Que eu preciso sentir e sentir e sentir eternamente

E tem nessa confusão
Uma certeza de verdades
Que desafiam minha razão
E cegam meus olhos

Como um achado
Uma surpresa surpreendente
Garota eu te encontrei
E não demorou para sermos parceiros em crimes

E tudo que me resta
É deixar minha alma deixar-se levar
Arrastada por tuas vontades
Aceitando que tu foi um achado

Uma surpresa surpreendente
Garota eu te encontrei
E não demorou para sermos parceiros em crimes

E eu sempre serei teu parceiro de crimes

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Recente Desejo

Tem o caminho um momento de clareza
Que te atinge de um jeito óbvio
Como uma pancada violenta
Que te devolve a sanidade por velozes segundos
Que te obrigam a pensar na realidade do sonho que te rodeia

E se tu for capaz de prestar atenção
Talvez tu perceba as coisas que tu vem neglienciando
E o delirio da verdade nua e crua
Te devolva aquele brilho no olhar
Que a anos tu perdeu

E teu medo de aceitar o desejo de sentir
Todos aqueles sentimentos que um dia tu deixou prá trás
Irão sobrecarregar teu corpo
E o choque de toda essa verdade te transformará em outra coisa

E apenas quando for capaz de aceitar
A realidade desses novos velhos anseios
Teu coração será tranquilo

E então, irá o mundo se revelar
E uma nova forma de viver se apresentará
Onde o coração não mais lembrará
Das coisas que fazem sofrer
Mas apenas de tudo que lhe fará sorrir

sexta-feira, março 05, 2010

Amor - parte IV

Como se o mundo ganhasse cores
E cada detalhe ganhasse vida
Assim se tornou minha verdade
Depois que tua existência tornou-se realidade

O desdem e sarcasmo que eu carreguei
Durante tanto tempo
Deixou de ser relevante

E sem que eu pudesse reagir
Bastou descobrir a tua existência
Para transformar meu ceticismo em amor

Eram teus olhos
E teu sorriso
Ou o jeito que tu mexia no cabelo quando pensava no que dizer

Eu não saberia dizer, naquela altura tudo era demais

Assim é o amor apaixonado
E ele é eterno
Mesmo quando acaba
O tempo apaga os incomodos
E lembra tudo que era bom

E a vida permite várias paixões
E arrebatadoras, começam e terminam

E doem, e fazem sofrer
E ainda assim, começamos tudo de novo

Porque, afinal é amor
E é melhor morrer de amor, sofrer, chorar, e fazer tudo de novo
Do que não saber amar

Amor - parte I - Prólogo

Não tem motivos o amor
Senti-lo é abdicar do óbvio
É deixar a lógica em segundo plano

O amor não tem definição
Tão inexplicavel quanto amar é a forma que ele adquire para se expressar
Existem diferentes formas de amar

Cada uma delas tem relevancia no todo
O amor é expressão da importância dos outros

E a todo momento nos amamos alguem
E mesmo que escolhemos odiar
Tem alguem que precisamos amar

E assim, cabe ao amor
Diferentes formas e intensidades
E tem o amor diversos significados

Amor - parte III

Posso sentar e sorrir
E sorrindo ao meu lado tu estas
E quando a felicidade acaba e a tristeza me toma
É teu abraço que me faz contente

E te ver ao meu lado a cada desafio
E as palavras animadoras quando as coisas dão errado

Quando conto historias de infancia
Tu era meu cumplice
E todas as historias que eu gosto de contar
Tu estava comigo

E nos inventavamos alibis, dividiamos culpa
Criando brincadeiras, as vezes mocinhos, na maioria bandido

E a infancia ficou para trás
Mas tu ainda se chamava amigo
E juntos enfrentamos os desafios de crescer

E o tempo nos tornou adultos
E nossos caminhos se distanciam a cada dia
E ainda assim
Meu amigo

Posso sentar e sorrir
E ao meu lado, ali tu estaras
E quando a felicidade deixar de existir
E a tristeza me abater
É teu abraço, meu amigo, que me confortará

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Amor - parte II

É uma história antiga
Que principia no ventre
Acompanha cada segundo do existir
E pode existir eternamente

E como as faces são únicas, é único o jeito de amar
E único é a forma de o entender
Mas o sentimento vem me visitar algumas vezes

E diz que a vida é feita de amores
Pequenos e grandes
Longos e efêmeros

Minha vida é contada apartir dos amores que vivi
No amor incondicional por aqueles que me acolheram e chamaram de filho
Por aqueles que com quem compertilhei amor e me chamaram irmão
Laços que obrigam a suportar, mas que cresceram e evoluiram

Não existe escolhas ou vontades
Mas basta aproximar os corações para sentir a infinitude do amor

E tem esse amor tanta força
Que carrega uma energia capaz de suportar tantos desafios

E mesmo a ausencia da racionalidade
É incapaz de explicar o sentir
Que carrega a força de ser parte de algo maior

Sentir que não existe solidão
Que é indiferente o que se é
Que existe compreensão
Mesmo que seja o oposto de tudo

Tem a familia
O poder de amar
Sem exigencias
Guardiã do primeiro amor

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Eu encarei ela de frente
Ela não recuou, franziu o rosto e falou alguma coisa
Eu balancei a cabeça negativamente
Nunca soube o que ela disse
Nunca quis saber

Fiz sinal pra ela me acompanhar
Virei as costas e andei, não olhei pra trás
Fui até qualquer onde eu conseguia ouvir meus pensamentos de novo
Chamei o garçom e peguei uma ceva
Já tava bebado afinal, mal não ia fazer
Deixei o balcão e me virei pra pista

Dei de cara com a mina
Perguntei pra ela o que ela queria
Ela disse que quem queria alguma coisa era eu
Fiquei surpreso por ela ter me acompanhado

Fiquei em silencio
Olhei pra ela de cima a baixo
Encarei os olhos dela
Novo silencio

Ela ficou me olhando, confusa
Fumando seu gudan nervosamente
Perguntei se ela tinha namorado
Ela disse que não
Perguntei se ela tinha problemas com o pai
Ela disse que eles eram super amigos

Eu olhei pra ela
Não vai rolar
Tu é muito bonita
Não tem ninguém pra se vingar nem necessidade de decepcionar teu pai
Ela ficou sem saber o que fazer
Perguntou se funcionava essa cantada

Eu disse que não era cantada
Que eu desisti, que ela não tinha perfil
Eu disse que o melhor pra todos seria ela voltar pras amigas e esquecer nossa conversa

Me chamou de idiota e deu as costas
Mas voltou e perguntou o motivo de eu não querer trová-la
Eu disse que mulher gosta de cara saradão
Eu sou inteligente
Eu disse que infelizmente mulher é superficial
Que não era machismo, era constatação
Que eu conseguia entender o raciocínio feminino
E que precisei de duas frases pra saber que ela gosta de fortão, burro

Por isso ela podia ir embora
Que eu não cantar ela
Ela se irritou e disse que eu tava enganado e não sabia do que eu tava falando

Eu dei um longo suspiro
Ela me xingou e questionou se ela tava me incomodando
Eu disse que ela tava agindo como se fosse minha namorada e as outras minas primeiro iriam querer ficar só pela sacanegem, mas depois iriam acaba me chamando de canalha por cantar outras minas na frente da minha namorada

Ela me olhou e perguntou se eu achava ela idiota
Eu disse que não, mas certamente achava ela previsivel
Eu disse que se eu pedisse um beijo ela iria negar, porque eu não preenchia o perfil de burrão
Ela disse que eu só saberia se eu perguntasse

Eu rí
Disse ok
E perguntei se ela me daria um beijo se eu pedisse
Ela disse que sim
Eu olhei pra ela
Segurei o rosto, disse talvez eu peça depois então
E fui embora

Mas voltei, e beijei ela
Ela também me beijou
E passamos algumas horas juntos
Perguntei se ela me beijaria se eu tivesse pedido na pista de dança
Ela disse que não
Ela tava flertando com um saradão

Ela me deu o telefone
Nunca liguei
Me apaixonei por uma gordinha de óculos tão nerd quanto eu
E a gente se diverte discutindo política

Que as bonitonas fiquem com os bonitões
E que as mulheres de verdade fiquem com caras que nem eu

Porque Eu Insisto Se Ninguem Se Importa?

Eu passei horas tentando te contar o que eu quero. Tentando que cada palavra fosse escrita no lugar certo. Que o texto ultrapassasse o sentido de ordenação interessante de palavras e tivesse uma força que fizesse impacto e digno de necessidade de imaginar, sentir, entender a beleza sutil, porém suprema, quando um ser-humano resolve que a folha branca capte não um sentimento particular, uma verdade política ou alguma ironia sobre o dia-a-dia. Mas que o papel participe como companhia, confidente, amigo e testemunha. Que no papel restasse apenas o desabafo, e a prova final e irrefutável de que naquele quarto escuro no meio de um cortiço qualquer num bairro decadente entre o concreto que se impõe escondendo o horror dos gritos de desespero, inventando realidade confortável para alguns e sufocando a maioria dos infelizes incapazes de enfrentar o óbvio e aceitam qualquer ilusão que desvie a mente da tortura infligida diariamente. Um detalhe inofensivo incapaz de ser percebido invocou a névoa mística da genialidade, por alguns minutos o poeta escreveu, venceu a arrogancia desafiadora do papel em branco. Transformou as palavras em sentimentos, conseguiu desvendar o enigma que jazia na solidão do papel, enfim alcançou aquilo que sempre desejou. Detalhes, momentos, segundos talvez. Uma vida inteiro insistindo, procurando. Alguns segundos apenas. Palavras conhecidas, estudadas, comuns. Alguns segundos, e todas sensações descritas através da ordenação mais bonita.

sábado, janeiro 23, 2010

Meus olhos fixaram os olhos dela
Meus lábios tocaram os lábios dela
Primeiro um selinho, depois um beijo de verdade

Ela sorriu e disse oi
Eu sorri e disse vamos sair daqui
Ela apenas sorriu
Eu disse que não queria perder tempo
Ela achou que eu era convencido
Eu disse provavelmente
E disse que mais um beijo apenas pra convence-lá
Ela disse que era pouco provável

Eu beijei ela de novo
Ela quis dizer que era o suficiente
Mas não quis admitir
Eu disse que ela ia embora comigo, mas ia fingir que não um pouco
Ela disse tu tá enganado e sorriu
Disse que ia falar com as amigas, eu disse que ela sabia onde me encontrar
Ela foi
Ela voltou

Sorriu, me olhou
Foi quando ela olhou no meu olho e disse tá bom, vamos
E nós fomos

terça-feira, dezembro 22, 2009

Eu continuo em cima do muro
Não consigo escolher minha inclinação ideológica
Não sei se gosto do capitalismo ou do socialismo

Por isso me resta apenas passar o dia
Sentado na varanda procurando a resposta
Mirando o horizonte
Bebendo coca com vodka

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Que Se Dane Então!

E aos olhos do mundo não tenho nada
E não sou ninguém
Mas então? De que importa a opinião do mundo sobre mim?
Que se danem todos!
Me recuso entristecer sob os olhares venenosos que lançam em minha direção
Desejosos, ansiosos em regojizar com os meus fracassos

Doentes em suas vidas mediocres
Sedentos por frustações alheias
Para aplacar a própria desilusão

Danem-se todos incapazes de serem o que desejam
E invejam aqueles que são

E ainda assim, sou incapaz de sentir medo
Medo de que a qualquer momento
Esteja eu, sentado ao lado dos invejosos

Fazendo coro
Incapaz de não sentir raiva daqueles
Que são o que querem ser
E que são felizes

Que se dane eu mesmo
Ao lutar até a morte
Por sentimentos futéis
Desprovidos de vontade e certeza

Que se dane o coração partido
Buscando vingança em conquistas pueris e vazias
Procurando desculpas
Justificativas para frustrações

Que se dane a vida
Que se dane o querer
Que se dane o vazio
Que se dane, se danem
Enfim, que se foda sentir os pedaços da alma se partirem
Morrendo lentamente ao longo do dia

sábado, outubro 31, 2009

Qualquer coisa que flutua através dos dias.
Feito espectro, invísivel e irrelevante. Ouvindo pela metade segredos sussurrados e conspirações improváveis.
Qualquer coisa que ainda guarde abafada a sensação de humanidade lutando contra a certeza de ter se perdido no lugar comum que fomos destinados.
Quase óbvio como a humanidade exige, com aquelas certezas e com os mesmos gestos que vêm se repetindo.
Simples e óbvio quanto a única diferença de saber que não foi capaz de enfrentar e subjugado carrega no rosto e na alma a dor de ao se enfrentar frente ao espelho, ter a cabeça baixa para admitir em voz alta: perdí, sou tão ser-humano quanto vocês.
E a decepção só não é uma sentença fatal, pois ninguém ainda foi capaz de vencer o inferno ao qual estamos condenados.

Sim, eu sou esquisito, idiota até. Mas eu admito e considero esse fato. Quando tu puder admitir também, vai entender o que é ser livre. Idiotas conscientes do mundo uni-vos!!!

sábado, agosto 29, 2009

Poema Sobre O Meu óbvio Futuro

(Quando o sentimento vêm antes da condição de entendê-lo, o enigma deixa a forma abstrata para se impor, tão óbvio em suas nuances, ainda que décadas sejam necessárias para enfim entender seu sentido)

As vezes eu olho para o horizonte
Como se houvesse nas entrelinhas desse olhar
A certeza de ainda ser, e então o hoje substituir o amanhã

Ao olhar para trás, entender os desafios que foram impostos por outros hojes
E a cada inicio enfrentar o que se impor
Para querer hoje o amanhã

E ainda que o amanhã apesar de se exibir e ludibriar
E me desafiar a alcança-lo
Consigo sempre me iludir e escapar como se escorresse entre os dedos

E mesmo que eu tente explicar que já deixei de sentir o amor que outrora senti pelo hoje
E que preciso ficar só, mas que nunca o esquecerei
Sou incapaz de encontrar o hoje no tempo que pensou
Todas as lembranças que eu pensei ter divido com o hoje, foram divididas com o ontem ou com os dias atrás...

Meus dias foram de alguém que vive no passado, meu presente impõe alguém que já não é capaz de surpreender e em vão eu busco o amanhã, que se diverte em perseguir a idéia de encontrar, mas enfim é abusca que motiva
E toda energia será empregada pela missão, mas sempre que a resposta estiver ao alcance, desvios serão criados
Pois de fato, não é a resposta e sim a busca que obriga ir em frente e não desistir
E para que toda a existência não reste irrelevante, sempre haverão perguntas

sábado, agosto 08, 2009

Para Aquele Que Eu Dedico O Amor Mais Honesto ou Obrigado Por Me Deixar Chorar

O telefone tocava para confirmar o que já havia se tornado lei
E ainda que não havia mais nada que ainda já não tinha sido dito

Sempre tinha muito para se falar
E as palavras voltavam a soar como um eco
E ainda assim, soavam como indispensáveis para os devaneios

E na embriaguez repetida da amizade
Toda cumplicidade pela felicidade de se saber compreendido, mesmo que imperasse a discordância
Do abraço e do carinho que não exige nada além de reciprocidade

E para aqueles olhos que brilham ao entender as lágrimas
Ainda que carregue no coração qualquer indecifrável tristeza
Que obriga a alma sentir o golpe de uma dor qualquer que pareça irremediável
E o insucesso de procurar a verdade que possa curar ou aliviar o sofrimento

E de repente o vazio impede a descoberta de qualquer pensamento ou sentimento racional capaz de fazer sentido
E sem respostas sucumbir ao desespero, e exausto impedir que as palpébras pesem sob os olhos e as pernas fraquejem não por falta de coragem, mas pelo medo em não saber o que o desconhecido trará
E o futuro parece estreitar de um jeito onde todas as possibilidades acabem em uma dor profunda e infinita

É nesse instante, no momento que a esperança se transforma em desespero
E independente do que parece real, que tudo parece inútil, como um grande desperdício de energia
Pela falta de esperança que parece que não permitir desvios para escapar da dor e da solidão
E reside nessa desesperança, o corpo abatido, exausto, preparado para desistir
Quando minhas forçam falham e já não sou capaz de lutar
Tenho em tí a força capaz de começar de novo

Ainda que seja para mim, tão claras as tuas incertezas
E ainda que eu saiba de tuas fraquezas
E que por vezes a força que me falta, também falta em tí
E tu parece querer desistir
Ninguém é capaz de compreender a dimensão do vazio que te persegue
Ninguém parece capaz de decifrar a dor que corrói a tua sanidade

E no meio de todos aqueles que não são capazes de entender o que te faz infeliz
É na cumplicidade do amigo, que divide contigo angustias e incertezas
Que ainda que seja incompreensivel os motivos da qualquer tristeza

Os elos que se combinam e entendem a dor que é repartida, mesmo que as razões sejam outras
Mesmo que o sofrimento seja em função de sentimentos completamente opostos
A consciencia do saber do sofrer
Faz com que as diferenças dos motivos se conectem e há um entendimento mútuo e um respeito tácito pelo sentir de cada um
Mesmo que a dor do outro parece ridicula infantil, há um sentimento de preservação porque o que está em jogo não é de fato o teor da opinião
Mas a certeza de poder abrir o peito, e admitir as fraquesas para alguém que não poupe esforços para apenas ouvir

Dessa forma, permitir o desabafo mesmo que não faça sentido
E ainda que não tenha forças para entender os próprios devaneios
Encontre meios para estar presente
Sabendo que assim que a esperança esvair
E o medo paralisar qualquer ação
Basta erguer a cabeça, receber o abraço, e nesse momento
Sentido a segurança, a permissão de sentir medo, tristeza, solidão
Saber que entre todas as possibilidades de se relacionar com os outros que existem

Nenhum amor é maior que aquele chamado de amigo
Não há obrigações nem interesses
Apenas a certeza de não estar sozinho
O amor que não exige nada além de cumplicidade...

sábado, agosto 01, 2009

Ainda que tenha estado no mesmo lugar durante todo o tempo
Surpreendeu-se ao perceber que então estava perdido
E a certeza de estar seguro onde passou a eternidade, se perdeu no vazio
Num rompante inesperado, por descuido e insensatez
Parou no instante e gritou para o céu: porque?

E as verdades foram se distanciando, e a realidade fugiu para se esconder no impossível
E mesmo que tentasse esquecer, perderá o poder de sua inquietação
E não podia impedir que a palavra ecoasse além do horizonte

E por ande passava criou incerteza
E fez o mundo parar
Desde então nunca mais a história aconteceu por que sim

O Circo Brasil

Enquanto a maioria dos olhares deixam-se embriagar
Por alguma atração qualquer
Os movimentos sutis aumentam atrás dos pescoços
E assim como ilusionistas e mágicos
Os senhores do mundo criam distrações
Para desviar a atenção de seus desmandos

E nós como bons cidadãos
Aplaudimos os palhaços que distribuem sorrisos falsos e pães quentes
E concordamos satisfeitos com abeleza do espetáculo
E mesmo que o nariz redondo e vermelho esteja em nossos narizes
Não enxergamos os verdadeiros palhaços que refletem no espelho

A cada três meses tem outra festa popular
E de novo somos felizes
Tem sempre um carnaval para esquecer as tristezas
E o Brasil com seus brasileiros
Tem sempre motivos para sorrir

E a ignorância é enfim uma dádiva
Sorridentes trocamos evoluir
Por roupas coloridas e sonhos de justiça

quinta-feira, maio 28, 2009

É...

É a sombra que faz imaginar o frio apesar do sol de fevereiro
É a vontade de fazer exatamente aquilo que todos aconselharam a não fazer
É torcer para que aconteça a única coisa que não é capaz de acontecer

É abrir um sorriso largo quando todos lamentam
É lamentar por não estar sorrindo como os outros

É se indignar por causas perdidas
E dar de ombros por coisas que todos se preocupam
É parar alguns segundos embaixo do sol e respirar o calor
É se olhar no espelho e sorrir

É acordar e desejar encontar outras pessoas
É dormir sonhando com algo melhor
É saber que apesar de ser incapaz de mudar o mundo, ser capaz de mudar a si mesmo

A Impossível Caçada Ao Amanhã

O agora parece tão diminuto quando se pensa no passado
Aquela sensação saudosista de tantas batalhas travadas
O sol que brilha nesse céu tão azul só permite ser admirado tal qual ele se exibe
Pois os ancestrais se deixaram envolver
Vertendo sangue, inventando certezas
O sol brilha com toda intensidade nesse presente, pois foi testemunha de tantos sacrificios
O sangue que corre em nossas veias, que impulsiona o coração
Se satisfaz impregnado das batalhas dos nossos ancestrais

Embriagadas de satisfação, satisfeitos por ser parte dessa transformação
Tantos sorrisos orgulhosos, aceitando o futuro imponente, aguardando que ele venha e nos complete com satisfação e deleite

Mas, enquanto isso, nesse relance de presente
Nesse intervalo entre as glorias do que já foi
E na espera anciosa desse futuro que se mostra resoluto, que se faz consequentemente, no mundo perfeito, brilhante
Vigora o presente
E dele fazemos troça, relegamos a importância
O futuro fica mais distante, fica impossivel
O amanhã é sempre inalcançavel

E o presente sufoca o passado, desfaz a alegria das conquistas
E queriamos parar o tempo
Ou simplesmente adiantá-lo até o futuro

Mas não é possivel
E por fim ficamos, atados e condenados, ao dia que sucede ao outro, nunca será amanhã
Sempre será hoje, sem memória e sem mudanças
Vagando feito corpos suspensos, resignados, expostos e destinados a existir eternamente no real e lógico, porém imperfeito presente

sábado, maio 16, 2009

São tantas as aventuras
Dia após dia, eis que a vida surge
Simples assim
Simplória como a falta de inspiração
Dolorosa como a falta de amor
Jogando na cara que a falta de criatividade
É culpa interna
É resignição pela rotina
É pura falta de imaginação
Basta eu perceber a tua presença
Que deixo toda minha eloquencia se esvair

Sempre sei o que dizer não importa a situação
Mas então diante de ti simplesmente esqueço o significado das palavras
Parece que tu nunca vais saber das declarações que te dediquei em sussurros

Eu não sei como seria, não sei se faria sentido nos dois

Eu não achei que depois de tudo
Eu me disporia a deixar que outra mulher tivesse meu coração em suas mãos
Tendo o poder de fazer o que quiser
E longe de tí, eu nego tudo
Mas toda manhã, os teus olhos me olham, de um jeito que só eles são capazes de fazer
E daí, a minha única escolha é deixar que tu seja a dona do meu destino e do meu coração

quarta-feira, abril 01, 2009

O Retorno Triunfante Do Sentir Inesperado

Caminho a esmo
Sem destino, sem intenção de chegar
Vou levado pelo vento
Vou andando até cansar

Os caminhos são tortuosos
Escuros, sombrios
São enigmas tão complicados que não tem sentido desvendar

É aceitar qualquer destino
Esperar que o acaso decida
Seja o que for
Apenas acatar

Era ver o futuro chegar e acontecer
Sem sobressaltos
Sem ilusões

Recem chegados e velhos amigos
Emocionadas despedidas e abraços sinceros àqueles que retornavam

E aquele dia tão comum
Entre o óbvio e o certo
Criou o impossível

E agora resta inesquecível
Aquele sorriso que há muito era conhecido
Tornou-se tão irrestivel

Amar já estava esquecido
E de repente, toda a confusão
E o rebuliço, a multidão que se movia
E o barulho de todas as palavras que existem sendo pronunciadas

Um olhar atravessou o salão
Por um momento o mundo silenciou
Aquele sorriso era tudo que faltava
Para acelerar aquele coração

quinta-feira, março 19, 2009

Ante Ao Espelho

Abri os olhos devagar
Para perceber que meu mundo agora é outro
Para olhos forasteiros pouco mudou
Mas para os olhos que acompanham o dia-a-dia
Fica evidente que as coisas transformaram-se

A imagem que outrora reinava desviou-se da obviedade
E impulsionada pela aventura enfrentou os riscos
Admitiu viver a solidão de estar sozinho
Abdicou de estar solitária entre as pessoas

Escolheu desafiar os obstáculos e enfim desfazer-se da opressão que a calmaria da rotina proporcionava
Os braços abertos acolhendo o inusitado, o impossivel
Já tinha tanto passado desde a última vez
Mas agora podia parar em frente ao espelho e ter certeza
És novamente homem, senhor de seu destino

É enfim livre, solitário e responsável pelo caminho que então se descortina
Criatura de alegria e culpa
Ao longe o horizonte infinito

No espelho a imagem é clara
O presente é o passo para o futuro
Todo o medo do fracasso transformado em força
Atráves do sorriso hesitante
Completo de receio e duvídas mas honesto em sua resolução

Sempre estive sozinho, mas enfim estou por minha conta
Saudades e melancolias de ser infantil e irresponsável surgirão

Mas enfim, a imagem no espelho transformada
Explicita e real, reflete o último passo, reflete a transformação

Sim, o mundo há de saber
O menino mudou
Virou um homem, e abriu a porta do desconhecido para aceitar tudo que tiver que acontecer

domingo, janeiro 25, 2009

O barulho dos passos em ruas ermas
Existem porque o solitário passante os escuta
Mesmo que seja óbvio que o som mónotono e horripilante venha de sí
Fica insurpotável não virar o tronco para o vazio escuro e sombrio

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Raios De Esperança

Na pequena janela bate a luz do sol
Ilumina um instante de esperança
No quarto que se esconde

Aquele que há tempos perdeu-se no breu
Aprisionado, oprimido pelas paredes que o cercam
Ora tão finas que pode-se ouvir as pessoas felizes
Ora tão intransponíveis que não permitem que alcance a liberdade

Pequenos momentos de lucidez
Os olhos admiram a claridade
A mão estendida tentando capturar o sol

Quase pode sentir o gosto de ser livre
Mas a escuridão o persegue
E o toma em seus braços sombrios
Envolvendo seu corpo e devolvendo-o ao vazio

Eternamente, pequenos raios de esperança
Sem conseguir fugir das trevas

Ainda Escravidão

Pequenos passos, movimentos tímidos
O olhar que fita o horizonte
A coluna ereta
Posição de sentido

E os sentidos, despertos, aguçados
Nada escapa, nenhum detalhe
A mente processando toda informação
Não, não se pode relaxar

Se a palpebra pesa, não
Não há perdão para o descuido
Manter-se alerta
Nada pode acontecer sem supervisão

Se houver descuido
A imaginação acontece

Não, não podemos sonhar
Somos soldados com uma missão
Seguimos ordens claras, somos cegos de pensamento
Vaidosos e orgulhosos de nossa lealdade

Por isso, morreremos, infelizes
Mas satisfeitos
Pois lutamos bravamente
Por ideais que desconhecemos
Por sonhos que não sonhamos

Mas, enfim lutamos
E o sangue do povo, corre pelas vielas abandonadas
Heróico, bravo e ignorante

quinta-feira, janeiro 01, 2009

Meu Passado É A Razão De Eu Ter Presente

São essas pequenas frases construídas
Quem diria?
Palavras ordenadas em uma tela em branco
Sozinhas, perdidas no espaço
Não seriam nada

Juntas, pensadas e sentidas
Formam frases que não são definições ou coisas
Apenas ilustram um pouco de alma

Eu não sou lido e entendido completamente
As palavras que eu junto são pequenos pedaços do que sou
Cada pedaço de mim é cada letra e palavra e frase
Todos conhecemos as palavras
Mas o jeito que eu defino onde cada uma delas vai estar
É único, como se fosse meu DNA, parecido com outros mas somente meu

E cada texto que eu já escrevi e os outros que ainda escreverei
São tão pessoais que levam nas entrelinhas um pedaço de tudo que sou
Mas ao mesmo tempo que eu convido estranhos a me descobrir
Na verdade quando me descobrem
Descobrem o que eu fui, segundos são suficientes para já não sermos o que éramos

E a cada texto eu descobro algo de mim
E a cada texto eu transformo em palavras o que eu fui
E os meus pedaços se espalham em cadernos velhos
Se espalham em caracteres de computador

Para que eu sempre posso visitar o que eu fui
E que eu posso aceitar a constante mudança
E que eu possa crescer a cada dia
E encontrar nas palavras
O que eu fui, o que eu sou e o que estou me tornando
E com alegria poder aceitar todas as mudanças
E com nostalgia me redescobrir em meu passado

E ser diferente, mas não indiferente aos caminhos
Que me trouxeram aonde agora o meu coração repousa
E a constante descoberta de mim, perdura a cada nova linha
E cada começo torna-se um recomeço

E a folha em branco
A tela vazia
O cursor que pisca intermitente
O lápis convenientemente apontado
Anseia tanto quanto eu
Novas confissões, pequenos pedaços de alma

Minha história sendo escrita
Em orações construidas
Apenas para aliviar o peso de tanto sentir

E assim, mesmo que apenas a mim seja clara a relevância
Eu vou deixando para o infinito
Pequenos pedaços de existir

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Abraços

Vamos, vamos, vamos
Correr loucamente até um lugar secreto
Fugir da realidade e se encontrar
Deixar para depois o que deve ser feito

No vazio, se abraçar e se abraçar e apenas se abraçar
E o mundo sendo mundo
Pessoas agindo como pessoas e os animais livres
E a gente bem distante escondidos abraçados

E os problemas, as coisas para resolver
Agindo como se fossem impossíveis
E a gente sem dar a menor bola abraçados

E a política, a fome, a tristeza e as coisas desagradaveis
Sendo desagradaveis, achando que são o máximo
E a gente sem perceber abraçados e sorrindo e felizes

E a gente sabe que iremos lidar com todas essas coisas que não são abraços
Impossível nos livrar das coisas que não são abraços
Mas agora, só agora e talvez em algum momento para sempre
Nada é mais importante
Só é importante o sorriso desse abraço
Hoje existiu domingo, o nome dos dias são repetitivos
Eu não costumo me importar com o nome dele ou com o número ou a importância....sei lá
É importante talvez, mas não para mim
Normalmente é assim, mas hoje não, porque hoje é domingo
Domingo, não o domingo ordinário, o domingo do guri de porto
Churrasco, a desculpa é o churrasco
Ele até se faz presente, pequenos pedaços de carne
De gado, por enquanto, no futuro canguru

E cervejas, de lata, long necks, garrafas de 600ml!
Bem geladas, e algumas gramas de carne para justificar!
Eu adoro os domingos, olhos atentos no Fantástico
Aquela cara de que se impressiona com as notícias idiotas
Entre uma bobagem e outra algo relevante

Perdi, foi rápido, e agora descobri que minha bermuda não tá na moda!
Nesse domingo particular, o Grêmio ganhou, queria poder lembrar o que para poder suportar colorados
Mas que se dane, azuis, vermelhos, amarelos
Nenhum colorido faz questão de me entreter
Eu não faço questão de procurar diversão, e esse domingo
O sol, o primeiro do solstício, não vi as mulheres dançando peladas em sua homenagem
Talvez seja mau agouro, talvez elas eviaram fazer na minha frente, mulheres peladas me fazem perder a esportiva
Um biquini pequeninho, controle total, alguma baba, mas uma baba sutil e transparente.

Perdi o foco do texto, do contexto, perdi a continuidade.
Deixa o texto morrer no fundo de uma gaveta e esquece.
Ou publica e espera alguma coisa acontecer

Eu vou escrevendo cada bobagem que atravessa esse pequeno cérebro
Chega de poemas de amor, chega de intuições e certezas
Para que tudo isso, eu tô aqui
Me esforçando para ditar verdades
O ser-humano isso, o ser-humano aquilo
Porque eu faria assim, eu queria fazer assim e não consigo
Amor, ódio, paixão, raiva
Passei poesias tentando explicar
Longas horas perdendo poesias para explicar

Mas não perderei as poucas poesias que me restam
Não quero mais sentir e saber
Agora as palavras não mais formarão palavras
Serão pequenas exaltações de sentimentos

Adjetivos que se jogarão de encontro ao peito
Pequenas palavras anônimas
Que serão definitivas...
Deixa de lado a explicação

Deixa sentir.....
Olhando estrelas, nuvens, horizonte, infinito
Deixa sentir.....
E sentir, sem razão, sem porquê, relaxa e se deixe sentir.....

sábado, dezembro 20, 2008

Das Tristezas Aos Sorrisos

Parece que finalmente minha alma foi levada
Subjugado peloas verdades comuns
O impeto rebelde se foi
Restou a resignição de ser como outro qualquer

A lembrança divaga pelos ideias de igualdade e evolução
Um pequeno lembrete dos dias de luta e certeza

Mas o corpo já sente os efeitos das constantes derrotas
Sente o cansaço de do grito solitário no meio da multidão
Sem duvida ainda existe, resistente, uma pequena fagulha ideológica
Mas ela já não tem a mesma força, foram tantas desilusões
São essas incertezas, não ser como a maioria tem seu preço
Sou humano, sou humano, sou humano
Quero lutar por melhorias, por amor, por um lugar pleno de aceitação e respeito

E lutei, por muito tempo
Mas agora, admito, estou cansado
Agora não quero mais questionar, discutir, mostrar outra forma de ver as coisas
Agora quero abraços, carinhos e gestos bonitos

Falhei como idealista, e como idealista desisti de muitas coisas
Agora, que o tempo me ensinou algumas coisas
Não quero mais lutar contra o mundo, não quero obrigar as pessoas a serem coerentes e amorosas
Não quero exigir que as pessoas se responsabilizem por seus eros
Descobri que qualquer esforço que eu faça nunca será o suficiente
Agora o que eu queroé domingo com a família, descobrir o amor, e gostar das pessoas com todos os seus defeitos, e principalmente deixar que as pessoas me amem apesar dos meus defeitos

Eu achei que eu tinha a missão de questionar, de exigir de obrigar as pessoas a se descobrirem, descobrirem o mundo, se respeitarem, respeitarem os outros e se pilharem em ser melhor a cada dia, eu achava que eu podia fazer isso

Mas eu não posso, e agora eu posso me ocupar em ser melhor, não uma pessoa melhor ou melhor para o mundo, agora eu posso me ocupar em ser melhor pra mim.

Foi dificil sendo eu católico, aceitar que eu venho em primeiro lugar e que humildade não tem nada a ver com aceitar as coisas boas, as vitudes. Parei de focar os defeitos e me peguei as qualidades. Agora deixo de lado a tristeza e me surpreendo com os sorrisos.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Coração Rio-grandense

Não há palavras que consigam expressar de forma correta, o que acontece no coração de gaúchos sempre tão valentes. A força que orgulha o vivente, que é motivo de exitação para os inimigos, que construíu um país dentro de um país, hoje, tira o chapéu e encosta no peito, admitindo novo revés ante o império. Mas esse povo não erguerá a bandeira branca da rendição, perecerá ante a imposição imperial, curará as feridas durante três meses, estudará as falhas, e então surpreenderá os inimigos com a força imortal, o poder do manto tricolor pesará em seus corações. Seus guerreiros irão impor a força que reside calada no coração daqueles que mesmo feridos e acuados, nunca aceitaram e nem aceitarão as imposições praticadas pelos usurpadores do norte do rincão. A primeira batalha não foi em vão, nossas baixas serão vingadas, nossas derrotas servirão de ensimento. Agora a tristeza da derrota ainda pulsa, mas o futuro é guardião e sabedor de nosso triunfo. Cada lágrima se transformará em vontade, e o Rio Grande assumirá, finalmente, o lugar entre os grandes que a muito aspira e merece. Que essa batalha, seja o aprendizado e traga a humildade para aceitar as glórias que o futuro próximo nos espera.

sábado, novembro 29, 2008

Diálogo De Um Ateu Com Deus

O sol nasce e ilumina cada pedaço de terra em que sua magia alcança
Sem obedecer preceitos ele vai alcançando sua altura
Banhando cada centímetro de chão, ele não vê a linha divisória imposta na escuridão

Assim o primeiro olhar reverenciou a força do astro-rei
E por anos aceitou sua indefectível sabedoria
E sem julgar as diferenças aceitou o desconhecido
Acreditando que era iluminado tal qual aquele outro tão diferente

Mas o tempo passou e o ser-humano mudou
Aprendeu a usar o sol a seu favor
Aprendeu que poderia manipular as coisas, o mundo
E aprendeu a manipular o sol

O saber é uma força poderosa
E o homem, aceitou o egoísmo tão facilmente
Como uma tecnologia nova
E deixou de reverenciar o sol, e deixou de compartilhar com os outros iluminados

E a dor de viver é maior agora que deixamos de ser livres
E o ódio e a raiva e a competição cegaram e destruíram o que um dia nos transformou em senhores do mundo

Deus errou, embriagado de satisfação
Acreditou ter criado o animal perfeito, equivocado em suas conclusões
Acreditou que pudessemos evoluir além de nossos instintos
Pois o mundo moderno é um tapa na cara de nosso criador
Pensar além da necessidade criou a indiferença e o egoísmo

Pequenas coisas nos permitiram evoluir e chegando ao ápice, nos fez regredir
Somos outros animais quaisquer
Inteligentes e capazes de subjugar qualquer espécie
Principalmente a nós mesmos
Somos vampiros capazes de atrocidades
Somos o expurgo, o mal, o absurdo
Somos aqueles que diante do reconhecimento do criador
Diante da dádiva alcançada...de ser agraciado como senhores e semi-deuses
Nos perdemos e na ganancia queremos ser deuses também

Erro comum, parte de nossa essência animal, pois animais é o que somos
E como animais é que vivemos
Sedentos de poder
Deus, rogai por nós pecadores
Pois abusamos da graça que nos foi dada
E a humildade necessária para usufruir essa liberdade
Ainda nos é estranha

Deus, nos devolva a alegria de não sermos senhores de nosso destino
E escolha nosso fim
Somos capazes de descobrir suas façanhas
Mas não somos capazes de escolher nossos caminhos

Tua razão, é a verdadeira razão
E a Tí seguiremos, novamente, o grande Pastor e suas ovelhas
Talvez, um dia, saíremos dos braços de nosso pai
Cresceremos, responderemos ante nossos atos

Mas ainda é cedo, somos crianças ansiosas por descobertas
E temos medo de cada uma delas
Corremos pro colo do paí, ainda

E em sua sabedoria, Deus abraçou o homem e disse:
Filho, o medo que sentes é o motivo de tua curiosidade! Eu sempre estarei aqui! Mas agora é necessário que traces o próprio caminho. Quando cometer erros, não desista, aprenda! Sábio é aquele que percebe o equívoco ante ao desconhecido, aquele que admite não saber, é aquele que sabe mais!

domingo, novembro 16, 2008

Eu sei, estou fazendo o mea culpa....olhando poesias antigas no blog e poesias antigas em meus cadernos, eu sei que eu já tive uma relação melhor com as palavras. Não sei se eu perdi o eito, ou aceitei de mais as coisas como são ousimplesmente nunca soube o que estava fazendo, mas quando era mais jovem a inocência que transparecia ajudava. Talvez eu só tenha perdido a sensibilidade, aceitar o mundo impõe mudanças, talvez isso me fazia diferente. Vou continuar tentando, a teimosia ainda existe. Hoje já não sei o que estou fazendo, talvez nunca tenha sabido, mas meu eu adolescente parece que tinha talento. Queria encontra todo esse entusiasmo de novo. Aparentemente deixei a vida tomar conta de mim. Crise existêncial violenta. Achei que a idade me tornaria mais sábio, mas só me tornou mais conformado. E ainda esses cablos brancos!
Chuvas de verão
Começam e terminam de repente
Como qualquer grande aventura

Trazendo alívio e transtorno
Esconde o sol tempo suficiente para o desejarmos novamente

Assim como os amores de verão
Que são amores repentinos
Arrebatam o coração
Surpreendem o sujeito

E assim como começou
O ínicio de março
Sela o fim
E a lembrança é saudade
Ainda lembro do verão de 96
E de outros verões

A vontade de que não tivesse fim
É a alegria de viver a memória de dias felizes
Eu sei, foi o sonho de uma noite de verão
Na lembrança guardo tudo que senti
Teu rosto não é nítido
Já não é mulher, é fantasia infantil
É a utopia do amor
É tudo que será amor enfim

Ainda lembro do verão de 96
Saudades daqueles dias
Em que houve dois verões
Há muito tempo tenho tentado falar sobre amor
O amor entre um casal, amor de namorar
Eu amei do jeito que eu fui capaz
Amei as mulheres que fizeram parte do que me tornei

Amei os meus pares, os óbvios, os absurdos, as surpresas
E até então, o amor que eu sabia era o casal que se escolhia apesar dos outros
E esse amor, pensei, é o único amor

Então me percebi solteiro, pensei, perdi o amar
Sozinho eu não amo
Ainda tenho aquele desejo infantil
Encontrar meu grande amor eu imaginei
E quando aceitei minha falta de amor de namorada
Descobri um outro amor

Ainda não desisti do sonho encantando de encontrar minha alma gêmea
A mulher que se torne a razão da minha devoção
Mas enquanto acreditava que minha vida seguia sem o amor que idealizava
Descobri outros amores

Descobri o amor pelas pessoas que chama de família
O amor pelas minhas convicções

Quando aceitei que já nãoa creditava que existisse amor
No exato momento que decidi deixar o amar fora da minha vida

Descobri que antes de ser eu mesmo
Eu amo, profundamente
Família, amigos, conhecidos, estranhos
Descobri que mesmo quando odeio, eu amo

Eu amo, e pela primeira vez
Não me incomode de admitir...
Para odiar eu preciso amar...

Que saudade eu tenho dos meus inimigos sinceros...
Eu amava, odiá-los
Eu amo e odeio
Todos e cada um de nós

domingo, outubro 26, 2008

Essas madrugadas
Tão sinceras

Aparentemente minha vida é tão comum
O observador distante não se empolga
Uma novela ruim, perdendo ibope a cada final de tarde

Mas o protagonista sofre capitulo atrás de capitulo
O autor, senhor dos destinos
Está perdido ante ao seu fracasso
E alheio aos problemos do dono de seu destino
O personagem luta contra a obviedade de sua vida comum

É a mesma luta diária de quem vive no mundo real
Lutando contra a obviedade ou falta de qualidade do seu criador
Preso em um mundo fantástico qualquer
Imaginado por um escritor fracassado

A vida é tão simples assim
Feito equações de segundo grau

Apesar das incógnitas o resulto é óbvio e fatal
Duas escolhas, dois caminhos
O risco vale ao menos para dificultar
Que o gênio que , como um tapa, elucida nossa vida
Acrescente um pouco de excitação nessa equação

sexta-feira, outubro 24, 2008

Estórias de amor existem
Também os finais felizes
Que ódio eu tenho de contos de fadas reais

Malditas pessoas que encontram seus pares perfeitos possíveis
E o resto de nós se atirando em relações impossíveis
Afinal, se alguns conseguem porque não nós?

Mas a realidade é assim de fato
Permite a poucos a felicidade
Para obrigar a maioria em uma busca sem fim e inútil

O amor é para poucos, agraciados com poderes divinos
A nós, a multidão de descontentes resta a busca impossível

Sofrer em contentar-se em nunca encontrar o amor
Ou sofrer em contentar-se com a possibilidade de amar
As folhas em branco se multiplicam
Me suplicam palavras
Me exigem fazer sentido

Elas são tão parecidas comigo ou são espelhos
Elas precisam de mim tanto quanto eu preciso delas
Eu escrevo, me imponho poesias
Me obrigo em criar fantasias, sonhos
Me obrigo em ser diferente, especial

Cada frase que construo, cada pensamento
É uma necessidade de satisfazer esse pequeno e exigente ego

Eu já estou cansado de ouvir que tenho qualidades
Elas existem e são um alívio para mim, mas principalmente para os outros
Quem, pelo amor de Deus, vai me explicar os meus defeitos

E eu continuo tentando desvendar o mistério de viver
E continuo procurando aquela pessoa, que vai merecer minha devoção
Meu amor e lealdade incondicional
Aquela que vai transformar essa desesperança em sentido de viver

quarta-feira, outubro 22, 2008

Agora eu vou vivendo um dia após o outro
Apesar de tudo acabei assumindo algumas responsabilidades
Há tempos atrás não imaginava essa possibilidade
Tanto trabalho evitando o futuro me levou a aceitá-lo

Talvez os cabelos brancos ou o reflexo no espelho me dizendo que já não sou criança
Me obrigou a aceitar que hoje sou adulto
Queria que não tivesse acontecido
Queria fugir pra Terra do Nunca
Eternamente criança

Queria brincar, me empanturrar de bolo
Viver fantasias, diversões, me preocupar com bobagens
Mas eu fui crescendo, e depois da última risada
Me percebi adulto, e agora?
Não quero ainda ter certezas ou objetivos
Ainda quero sonhar em ser bombeiro, jogador de futebol ou o super-homem
Não quero que as minhas decisões sejam definitivas

Quero poder chorar de novo, quero sentir medo de novo
Quero ter modelos e não ser um
Quero ser cuidado e não ter que cuidar
Quero viajar no tempo e poder dizer pra mim mesmo não ter pressa
Aproveitar esses pequenos momentos de descobertas e liberdades

Quero gritar pro meu passado
Não tenha toda essa pressa em crescer
Queria poder brincar sem me preocupar mais uma vez
Que saudade eu sinto da infância que eu não me permiti ter
Um único arrependimento
Queria ter sido criança um dia!

sábado, outubro 04, 2008

Uma nuvem cobre o céu
Escondendo os raios de sol
A escuridão se sobrepõe a claridade
Escondendo a verdade nos rostos que passam por mim

Mesmo ante a lucidez do brilho solar
Minha capacidade de enxergar a verdade tinha se esvaido
Já não sabia ler as pessoas
Como outrora fui capaz

E assim me joguei aos braços
Dá primeira possibilidade de amor
Sem precauções ou proteção

E antes de perceber
Fui atingido pela arma mais poderosa de nossas dias
E o mal do século se apoderou do meu corpo
O físico se sobrepôs a minha alma
E enfim fui subjugado por uma força desconhecida e muito maior

E agora me resta lamentar pelo meu fim
E aceitar o destino...
Ou aceitar o que o futuro me reserva
Lutando para ser maior do que a própria vida

E esperando que a cada fraqueza de meu corpo
A minha mente se fortaleça
E que no fim minha presença mundana
Faça todo o sentido que ela tenha que fazer

Que cada palavra dita ou escrita por mim
Encontre seu fim
Seu significado pleno
E que a minha vida traga questionamentos e diferenças
E a minha morte eleve o pensamento dos meus iguais

Que a minha vida não seja em vão
Que ela seja marcante, e que todos aqueles que não se importaram em me conhecer
Que nessa hora única, abram o coração e se permitam entender a mensagem

Questionar o óbvio sempre foi minha idéia
Não para discordar
Mas para provocar a crença no óbvio

Eu pequei mais que qualquer um
E duvidei de tudo mais que qualquer um
Não por não acreditar, mas por acreditar

Questionar era meu jeito de fazer com que acreditassem ainda mais em suas suposições
Vários suporam, eu tive certeza

quarta-feira, setembro 17, 2008

Amor Ideal!

Meus olhos se fecharam por alguns segundos
Estava cansado de ver a mesma paisagem durante muito tempo
Mas quando lentamente retomei o foco
Algo estava diferente

A paisagem mudara
O fundo continuava o mesmo
Mas a personagem principal havia mudado

Agora aquele cenário tinha ganhado vida
O cinza da cidade ganhou tons de surpresa com o choque de teus cabelos vermelhos
A lua cheia iluminava o azul de teus olhos

A imagem bucólica da selva de pedra
Agora tinha traços suaves de tua beleza infantil
O sorriso expontâneo e a falta de pudor

Transformando a lógica de uma vida inteira
Em palavras soltas sussurradas para ninguém ouvir

Naquele instante perdi a racionalidade
E me entreguei enfim ao impossível

Agora minha vida é viver prá ti amar
Não prá te conhecer, prá te conceber humana
Mas prá sempre te amar
Como o maior dos anjos

A beleza mais sublime de todos devaneios
O amor maior de te idealizar
E te saber perfeita

O desejo de te encontrar é que me impulsiona
Mas não te encontrar
Me dá um sentido

Te amar, sem te saber
Te idealizar, prá me manter são e viver

PS.: O amor melhor é aquele que não acontece, o amor melhor é aquele que vive na imaginação porque lá ele é perfeito. Morrer de amor por querer amar é melhor que descobrir que o amor morreu! Como entender os humanos, melhor não entender!
Claramente perdi a sutileza
Eu tinha idéias convictas sobre o amor
E nelas me apoiava para escrever
Aceitar o amor como sentimento impossível de ser questionado
E nesse amor encontrava inspiração

Mas como tinha que acontecer
Esse amor se esvaiu em mim
E agora só consigo formar frases desconexas...

Já não sei fazer poesias, ou escrever textos
Talvez ainda venha a me encontrar novamente, redescobrir um sentido
Mas no momento nada faz sentido
Viver parece meio irrelevante

Surpresas já não me surpreendem
Mas ainda consigo sorrir, um sorriso amarelo
Mas ainda um sorriso

Eu não vou embora, mas quero saber que tenho essa opção
Eu quero escrever e escrever
E quando me ler depois quero não me entender
Não quero que ninguém entenda

Só quero olhar prá trás e saber
Mesmo quando eu não sabia viver eu vivi
Mesmo quando eu perdi a inspiração eu perseverei

Daqui alguns anos eu lerei isso e me lembrarei
Que mesmo querendo escrever para os outros
Eu sempre quis escrever prá mim

Lucas, abre um sorriso
A idiotice não tem limites
Evolua, cresça e amadureça
Mas prometa que tu não deixará de ser teu idiota
A verdade se encontra no absurdo, nossa vida se encontra no absurdo

Não te esquece desses nossos momentos de verdades constrangedoras
Tu é quem pode saber melhor o que tu precisa

Mensagem do Lucas do passado para o Lucas do futuro!

sexta-feira, setembro 12, 2008

Odeio poetas que se dizem poetas
Poetas que sabem ser poetas não são poetas
Poesia é a necessidade de ser compreendido
É a necessidade de ter compaixão

Ser poeta não é felicidade
Não é saber ser alegre
Não é juntar palavras, não ter compreensão

Ser poeta é não encontrar seu lugar no mundo
É não entender porque se vive

Poeta encontra razão em palavras soltas
Vive, solitário todas as emoções
Sem aproveitar nenhuma

É a solidão de nunca se compreender
É saber como amar, mas não saber como demonstrar esse amor
É a dor de saber a resposta, sem saber responde-lá

É encontrar nas palavras
O silêncio
O desafogo
Da própria inquietação

Ser poeta não é ser poeta
É querer ser poeta
Ou simplesmente falar o que todos querem ouvir
Mas ainda assim não saber que fez sentido

Ser poeta é ser amado por muitos
E sofrer por não saber ser amado
Ser poeta, antes de amar
É precisar ser amado
Amado de um amor maior que o possível
É nunca se satisfazer com o amor possível

É precisar de mais amor que existe
É saber o que é ser poeta
E nunca sê-lo
É platônico, utópico
Quem se acha poeta, nunca o é
Fechado dentro de mim mesmo
Eu viajo pelo mundo
Todos os lugares que visitei de olhos fechados

Todas as histórias que participei de longe
Expectador de dramas alheios
A vida como consequencia de viver

Cada um de nós como personagens principais
O romance autobiográfico
Senhor das escolhas
Prisioneiro do futuro

O destino que não nos foi destinado
Detentores de suas próprias escolhas
Vida real baseada em imaginações
Tudo num relance imaginário

Já não consigo lembrar
Todas as vidas que vivi
Todas as pessoas que fui

Não consigo aceitar
A dor de acender a luz
De abrir os olhos
De deixar a personagem

Mas já viajei tão longe
Que a vida real mais parece outra visão
Sou mais verdadeiro quando finjo ou quando não estou fingindo?

Sou carne ou sentimento?
Quem eu sou?
Será que já existi ou sou imaginação de alguém?
Sou ficção ou sou verdade?

Quem sou afinal?
O que é real? O que é verdade?
Real demais para ser estória, esquisito demais para fazer sentido

E o tempo segue me impondo a dúvida
Real, imaginário?
Não tenho certezas, mas tenho certeza certeza das minhas duvidas!

domingo, junho 29, 2008

Até então tinha tudo acabado
A realidade latente e crua ante ao olhar
Os dias comuns empilhados em um calendário qualquer

E então em uma dessas reviravoltas, tão surpreendente quanto o existir
Reviravoltas que são tapas de realidade
Bagunçou tudo que era certo, tudo que era óbvio

E então os dias pareceram únicos, breves, cheios de satisfação
E a minha cara escrachada em face ao espelho
Há muito resignada
Acabou sorrindo por pequenas bobagens

E esse pobre coração que tinha até então desistido, deixado prá lá
Agora bate, na sintonia de uma nova descoberta

Deste jeito simples e sublime
Conhecido e desconhecido
Do jeito do amor
Toda minha atenção
A este efêmero momento
O sutil brilho dos teus olhos
E a minha visão em plano aberto

O breve instante em que teu sorriso
Sorri para mim

Justificando a confusão de todos esses sentimentos
Juntando pedaços perdidos da minha alma partida
E devolvendo ao meu corpo
Um breve, quase sustenido
Mas sincero e apaixonado sorriso

terça-feira, maio 06, 2008

Era sim outro dia de céu tão azul
E você tão senhora de sí, com aquele meio sorriso
Que arrebata até o coração de quem já não o tem mais

Mas olha o que tu fez
Transformou todos em tolos
Roubou todas as suas crenças
Quem é que age como idiota prá você agora?

Foi o verão mais quente que já se viu
E nunca haverá outro igual
Porque agora os corações estão todos gelados
E a primavera se esconde atrás de cada outono

Mas olha o que tu fez
Nos transformou todos em tolos
Fez questão de acabar com nossas esperanças
Como vamos te entregar tudo o que temos agora?

Foi quando a última lua cheia brilhou
O último sorriso se apagou
E inacreditavelmente você restou só
Tão sozinha como nenhum de nós poderíamos imaginar

Mas olha o que tu fez
Transformou todos em tolos
Só para descobrir que o maior tolo de todos é você

quinta-feira, maio 01, 2008

E a vida segue serena
De tudo que eu vi
Tudo que eu senti

Em poucos anos
Os sentimentos todos eu senti

Já sofri de amor
E me esqueci
Sofri algumas perdas
E então me reergui

A vida, nua, clara e verdadeira
Eu fui criança, brinquei, sonhei
E então cresci

Adulto descobri que a piada perde a graça
Descobri que os anos passam
Que tudo muda

Demorei para me encontrar
Ou nunca me encontrei

Quanto mais eu sei
Mais fica dificil entender

E de volta a vida
Complicada, estranha
Sempre que penso em deixar prá lá
Penso que quero fazer parte de tudo isso

Penso no que esperavam que eu fosse
E quão diferente me tornei
Penso no que eu poderia ser
E no que eu escolhi ser

Diferente. esquisito
E sem super poderes, sem cópias
Me tornei em algo único
Surpreendente, não para os outros, mas para mim

E toda minha peculiaridade me transforma em comum
Igual a qualquer outro e alguém diferente
Somos todos iguais, sim!
E completamente diferentes...

sábado, abril 19, 2008

Saudade

Eu inventei batalhas
Outras desculpas, novos inimigos
Para acalmar a revolta que me consome

Procurei pelos inimigos
Malditos vilões, óbvios culpados

Lutei sem cessar, sem descanso
Por ideais rasos, superficiais
Por ideologias absurdas, infâmes

Mas não consegui a trânquilidade para o meu peito
E essa saudade das lutas que não pude combater
Essa nostalgia, que queima, das coisas que não vivi

Minha juventude por um pouco de rebeldia
Desperdiçada em revoltas banais

Saudades de quando podia mudar o mundo
Saudade da diferença que nunca fiz
Mas que sempre estive disposto a fazer

quinta-feira, abril 17, 2008

Remorso

Eu inventei batalhas
Desculpas, inimigos
Para acalmar a revolta que me consome

Procurei Inimigos
Idealizei vilões, culpados

Lutei de forma inconsequente
Por ideais superficiais
Por ideologias absurdas, infames

E por fim não consegui tranquilizar meu peito
E essa saudade das lutas que não pude combater
Essa nostalgia das coisas que não vivi

Minha juventude rebelde
Desperdiçada com coisas banais
O vazio sem solução

Saudades de quando podia mudar o mundo
Saudade da diferença que nunca fiz
Mas que sempre estive disposto a fazer

quarta-feira, abril 09, 2008

Bendito o dia que andarei ao lado da loucura
Para que não seja outro qualquer comum
Mas que ela não seja minha mestra
E sim o devaneio quase perfeito de outra descoberta

terça-feira, março 25, 2008

Uma volta no mundo
Uma volta no coração
Falta na minha vida
É a presença do amigo

Parem de tentar me entender!
Eu quero um ouvido...
Que não demonstre compaixão, dó ou pena...
Quero compreensão!

Ninguém percebe ou se importa
Por meu coração sofrer pelos meus amores
Pelos pesadelos, pela tristeza

E o nosso mundo
Nessa dicotomia
É a realeza
É a escravidão

E o corção aprisionado
Sem entender
Perdido
Pela falta de bom senso

Segue a vida
Atropelando sonhos, sentidos e emoções
Segue a vida
E toda essa escuridão

E a verdade
É o medo de sentir
É o medo de ser
Ser Humano!

quinta-feira, setembro 06, 2007

Página em branco
Como em meu sonho surrealista
O gesto automático, palavras formadas sem intenção
Uma idéia abstrata, uma vontade de se ouvir
Tudo o que se quer, que se faz sentir
O jeito débil de expressar amor
A forma incoerente, inconstante
De se fazer sentir, sem fazer sentido

(I)Mortalidade da Alma

Ah, a imortalidade da alma
A forma etérea, vagante
O andar entre mundos distintos
O olor doce da eternidade

Ah, a mortalidade da alma
Minúsculas peças se dissipando no ar
Do que fora outrora consciência
Na imensidão do cosmos
Somos poeira estelar

quinta-feira, outubro 19, 2006

Whisky

Toda a nossa natureza
Dentro de um copo de whisky

Lá no fundo as incompreensões
Mexe formando um turbilhão
As emoções misturadas
O doce veneno da desatenção

Cubos de gelo
Esfriam os ânimos
Derretem, devagar
Cada pedaço de amor

Um gole só
O copo vazio
Solidão

Não-Amor

A minha recusa em aceitar
O tempo passou
Mentira!
Eu nunca te amei
E esse não-amor ainda dói

Não aguênto mais
a nitidez do teu rosto
Os sobressaltos quando ouço teu nome

Eu vou embora
Vou para qualquer lugar

Amnésia por favor!
Porque ainda?
Até quando?

Acabou...não quero
Não é poema...não é amor
Dor de cotovelo...

Escrever sobre amor era bom
Agora...
Palavras tristesem um papel em branco...
Vazio...e completo...
E as lembranças?
Só de quando era bom!

sexta-feira, setembro 15, 2006

Eu cometi pecados
Como uma pessoa qualquer
Eu fui julgado como ninguém foi

Porque os meus erros são piores que os seus?

Eu falei bobagens
Como um idiota qualquer
Eu aceitei todas as consequências
E você?

Porque os meus anseios são piores que os seus?

Noite Solitária e Depressiva de Inverno

Desceu o véu negro
A escuridão está por todos os lados
Fecharam-se as saídas
Este quarto é tão pequeno

Fui jogado aqui
Com todos os meus medos
Sem armas, sem intenções

Os olhos não se acostumam com a solidão

Os motivos acabaram
Faltou transcender
Minhas pálpebras se fecham lentamente

E meus olhos ainda não se acostumaram com a solidão
Com a escuridão...

terça-feira, maio 09, 2006

Atrás de diversão
Atrás de companhia
Somente sozinho
Para entender a ironia

O poema peca
Por nada dizer

Culpado é o poeta
Que esqueceu de sentir

A vida desencanta
Sem nada para rimar

A palavra é sua vontade de gritar
O verso o seu grito
O tempo não tem fim quando a gente está lado a lado
O tempo é o fim quando estamos separados

O tempo e o fim
O fim de todo o tempo
O nosso tempo no fim

Quando estamos lado a lado
Estamos separados...
Já faz tempo que tu se foi
Nunca mais disse teu nome

A vida parece normal....demais

Já faz um tempo
Esqueci teu rosto
Nunca mais os teus beijos

E a vida parece normal...demais

Já tem um tempo
Que sinto tua ausência
Todos os dias em busca da tua frequência

E a vida parece doer...demais

segunda-feira, abril 24, 2006

É só pegar na tua mão
Se eu estiver com medo
Pedir o teu colo
Quando preciso de carinho
É ser minha amiga
Agora e para toda a vida

Pode pedir para eu ficar
Eu não quero também estar sozinho
Se tu quiser um beijo
Eu dou sem pensar
Só não quero que vá
Ficaria sem ter para onde ir
Tantas horas passam
Corro atrás do futuro
Alguém descobriu?
Como alcançar o amanhã!

Alguém teve certeza?
Quantos ainda estão confusos
Duas crianças...
É amor! Quem sabe amar?

Eu já ouvi outros coros
E outros cupídos
Eu sei! Estupidos!
Por que não amar?

Eu já vi pessoas felizes
Prá onde vão?
Eu sei amar
Prá onde vou?

quinta-feira, abril 06, 2006

O Que Procura?

Ela sempre volta atrás
Sempre que decide alguma coisa
Volta atrás

Já quis ser baterista
Piloto de balão
Raspou o cabelo para virar budista
Caçadora de tubarão

Já usou Vitor Hugo
E a coleção da Renner verão
Quis viajar pelo mundo
E se encontrar na solidão

Já foi hippie, yuppie
Trabalhou na televisão

Nunca encontrou o que procura
Porque ela sempre volta atrás
O tempo desperdiçado em acordes imperfeitos
Os dias passados contemplando o vazio
Os pés deixam de tocar o chão
É a estranha sensação de não ter mais alma

As coisas já não são tão reais
É a ilusão desses dias de luta
E eu tenho perdido as batalhas
Quantas ainda perderei antes de cair?

O vento não traz bons agouros
Corta lenta a carne
Leva o que resta de humano
E deixa no corpo solidão

quinta-feira, novembro 24, 2005

Ao Redor

Essa é a sua vida
Tão brilhante como o sol do domingo
Tão inútil quanto andar para trás

Veja as pessoas sentadas no bar
Só esperando cair
Essa cerveja já foi mais gelada
Pergunta para o Antonio

Tu continua um inútil
Deixando a vida passar
É claro que somos iguais
Mas e as nossas diferenças

Eu continuo com o olhar perdido
Mas não quero encontrar

É tão bom ficar parado
Quando tem muita coisa para fazer

Pode perguntar por aí
Eu já sorri antes
Agora não faço mais isso

Porque a cerveja já foi mais gelada antes
Pode perguntar para o Antonio

quinta-feira, outubro 27, 2005

Ao Meu Amigo

Hoje o mundo adormeceu mais pobre
Nossos corações derramam lágrimas da inevitável saudade
Por alguém que ilumina, que incita à felicidade

Hoje o mundo perdeu outro sábio
O cara sentado na saleta da TV
O Companheiro de boemia, o melhor amigo

Hoje o mundo chora
E a multidão cala na sua ausência
A tristeza um dia acaba
Mas as lembranças, serão eternas

Hoje o céu ganhou uma nova estrela
Que brilha, noite e dia
Que nos guia através de sua luz
E que nunca irá partir...



Carneirão....já sentimos tua falta...

quinta-feira, outubro 20, 2005

A Fuga Da Montanha

Eu não sei mais como voltar
A montanha é traiçoeira
Apaga meus passos
Confunde minhas lembranças

O mistério ainda em segredo
A ira que me guia
E a capa como amiga

Se o futuro é incerto
O passado não ajuda

O eremita chora
Toda sua tristeza insana

O caminho da alegria, escondido
No verde vale da montanha

Hoje, Eu Só Te Vejo Partindo...

Os nossos caminhos
Tomaram rumos diferentes
Nossos destinos em desencontro

A tua lembrança ainda é latente
O teu gosto, o teu cheiro
O sentimento, um tanto recorrente

Nossa vida segue
Nós somos passado, não somos presente

Hoje, eu só te vejo partindo...

domingo, outubro 16, 2005

Do Meu Amor...

O meu amor é decadente
Não segue retas, não faz curvas

O meu amor é indecente
Diz baixarias, pensa sacanagens

O meu amor é inocente
Te sente com toda intensidade
E sofre como um medo de criança
Que mesmo pequena
Perdeu a esperança...

Quando?

Quando nada mais parece importar
Quando uma multidão atravessa em sua frente
Mas ninguém consegue te perceber

É, o mundo é grande demais
O ser é menor, é momentâneo

Já não fazem mais corações como antes

Para que sentir o sangue escorrendo?
Ele sempre evapora

Como a única lágrima que corre
Na face de outra criança...

sexta-feira, outubro 07, 2005

Cansei

Ainda gosto de você
Mas não quero mais ficar contigo
Sei que pode até soar estranho o que eu digo
Mas já cansei de me importar...

Deixa tudo como está
Já não há razão pra continuar
Essa é a última canção
Que vamos dançar
Já cansei de chorar...

Daquele tempo bom
Não vamos esquecer
Acabou
Adeus Você....

quinta-feira, setembro 22, 2005

Quatro Estações

Noites frias de inverno
O coração solitário
A vida em desarranjo

Tardes quentes de verão
A beleza do pôr-do-sol
E o encanto do mar

Manhãs sombrias de outono
Tempo fechado para o amor
A mente sente a tristeza

Dias lindos de primavera
O corpo desabrocha em flores
E na beleza das quatro estações

Passou...

O vazio no porta-retrato
Mostra a felicidade que se foi
Eu não encontro mais
Coisas tuas misturadas com as minhas

O vazio no meu peito
Suscita a tua ausência
E a tristeza no meu olhar
Por procurar e não te ver

De mais bela
Passou a mais temida
De amor
Passou a ela

No meu quarto escuro
As lembranças se esvaem, morrem
E contigo tu levas
Um pedaço do meu coração

Eu...

Eu procurando um motivo
Que Explique tudo o que está acontecendo

Eu negando todo o passado
Sem presente, fechado pro futuro

Eu sozinho, totalmente perdido
Preciso mesmo de carinho?
Ou essa estória não passa de mito

Eu do jeito que sinto
Eu sem encontrar sentido
O meu eu enfraquecido

Acho que preciso de alguns amigos....