E a lua já não tinha o mesmo brilho
E as estrelas que sempre estão no mesmo lugar
Apagaram porque mais de mil anos passaram
E as estrelas que tomaram o lugar das antigas
Não repetiam os mesmos conselhos
E todos os mortais descobriram que também não iriam viver prá sempre
E as árvores resolveram que já tinham criado sombra o suficiente
E agora assombrariam os dias
E deixariam que a lua cuidasse dos esquecidos
E não havia um desejo claro no ar
Ou uma vontade de repetir o senso comum
De repente era cada um por si
Atolado em problemas irrelevantes
Incapazes de serem resolvidos
Como se não houvesse lógica na adição
E subtrair fosse um passeio divertido
O carrossel futurista de verdades mentirosas
E desculpas interessantes para perguntas não feitas
O carnaval de fantasias sérias
Engravatados empresários com pastas vazias
Que precisam de segredos nos cadeados
Para esconder papéis que explicam a falta de imaginação
Pessoas que evitam um abraço
Porque tem medo de se contaminar
E a falta de beijos
Porque não existe um jeito seguro de dizer eu te amo
E acaba tudo com aquela falsa sensação de segurança
Porque as grades foram erguidas, mas os corpos ficaram do lado de fora
E já não existe ninguém capaz de querer o bem
Porque a prisão existe dentro de nossas próprias cabeças
E já não basta ser louco
Porque não tem como fugir da realidade
Nem inventar mundos
Porque eles serão destruídos
E as palavras deixaram de causar efeito
Porque esqueceram que além da vontade de ter
Esquecida está, em um canto do mundo
A essência de existir
E já não existimos mais...
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