quarta-feira, setembro 17, 2008

Amor Ideal!

Meus olhos se fecharam por alguns segundos
Estava cansado de ver a mesma paisagem durante muito tempo
Mas quando lentamente retomei o foco
Algo estava diferente

A paisagem mudara
O fundo continuava o mesmo
Mas a personagem principal havia mudado

Agora aquele cenário tinha ganhado vida
O cinza da cidade ganhou tons de surpresa com o choque de teus cabelos vermelhos
A lua cheia iluminava o azul de teus olhos

A imagem bucólica da selva de pedra
Agora tinha traços suaves de tua beleza infantil
O sorriso expontâneo e a falta de pudor

Transformando a lógica de uma vida inteira
Em palavras soltas sussurradas para ninguém ouvir

Naquele instante perdi a racionalidade
E me entreguei enfim ao impossível

Agora minha vida é viver prá ti amar
Não prá te conhecer, prá te conceber humana
Mas prá sempre te amar
Como o maior dos anjos

A beleza mais sublime de todos devaneios
O amor maior de te idealizar
E te saber perfeita

O desejo de te encontrar é que me impulsiona
Mas não te encontrar
Me dá um sentido

Te amar, sem te saber
Te idealizar, prá me manter são e viver

PS.: O amor melhor é aquele que não acontece, o amor melhor é aquele que vive na imaginação porque lá ele é perfeito. Morrer de amor por querer amar é melhor que descobrir que o amor morreu! Como entender os humanos, melhor não entender!
Claramente perdi a sutileza
Eu tinha idéias convictas sobre o amor
E nelas me apoiava para escrever
Aceitar o amor como sentimento impossível de ser questionado
E nesse amor encontrava inspiração

Mas como tinha que acontecer
Esse amor se esvaiu em mim
E agora só consigo formar frases desconexas...

Já não sei fazer poesias, ou escrever textos
Talvez ainda venha a me encontrar novamente, redescobrir um sentido
Mas no momento nada faz sentido
Viver parece meio irrelevante

Surpresas já não me surpreendem
Mas ainda consigo sorrir, um sorriso amarelo
Mas ainda um sorriso

Eu não vou embora, mas quero saber que tenho essa opção
Eu quero escrever e escrever
E quando me ler depois quero não me entender
Não quero que ninguém entenda

Só quero olhar prá trás e saber
Mesmo quando eu não sabia viver eu vivi
Mesmo quando eu perdi a inspiração eu perseverei

Daqui alguns anos eu lerei isso e me lembrarei
Que mesmo querendo escrever para os outros
Eu sempre quis escrever prá mim

Lucas, abre um sorriso
A idiotice não tem limites
Evolua, cresça e amadureça
Mas prometa que tu não deixará de ser teu idiota
A verdade se encontra no absurdo, nossa vida se encontra no absurdo

Não te esquece desses nossos momentos de verdades constrangedoras
Tu é quem pode saber melhor o que tu precisa

Mensagem do Lucas do passado para o Lucas do futuro!

sexta-feira, setembro 12, 2008

Odeio poetas que se dizem poetas
Poetas que sabem ser poetas não são poetas
Poesia é a necessidade de ser compreendido
É a necessidade de ter compaixão

Ser poeta não é felicidade
Não é saber ser alegre
Não é juntar palavras, não ter compreensão

Ser poeta é não encontrar seu lugar no mundo
É não entender porque se vive

Poeta encontra razão em palavras soltas
Vive, solitário todas as emoções
Sem aproveitar nenhuma

É a solidão de nunca se compreender
É saber como amar, mas não saber como demonstrar esse amor
É a dor de saber a resposta, sem saber responde-lá

É encontrar nas palavras
O silêncio
O desafogo
Da própria inquietação

Ser poeta não é ser poeta
É querer ser poeta
Ou simplesmente falar o que todos querem ouvir
Mas ainda assim não saber que fez sentido

Ser poeta é ser amado por muitos
E sofrer por não saber ser amado
Ser poeta, antes de amar
É precisar ser amado
Amado de um amor maior que o possível
É nunca se satisfazer com o amor possível

É precisar de mais amor que existe
É saber o que é ser poeta
E nunca sê-lo
É platônico, utópico
Quem se acha poeta, nunca o é
Fechado dentro de mim mesmo
Eu viajo pelo mundo
Todos os lugares que visitei de olhos fechados

Todas as histórias que participei de longe
Expectador de dramas alheios
A vida como consequencia de viver

Cada um de nós como personagens principais
O romance autobiográfico
Senhor das escolhas
Prisioneiro do futuro

O destino que não nos foi destinado
Detentores de suas próprias escolhas
Vida real baseada em imaginações
Tudo num relance imaginário

Já não consigo lembrar
Todas as vidas que vivi
Todas as pessoas que fui

Não consigo aceitar
A dor de acender a luz
De abrir os olhos
De deixar a personagem

Mas já viajei tão longe
Que a vida real mais parece outra visão
Sou mais verdadeiro quando finjo ou quando não estou fingindo?

Sou carne ou sentimento?
Quem eu sou?
Será que já existi ou sou imaginação de alguém?
Sou ficção ou sou verdade?

Quem sou afinal?
O que é real? O que é verdade?
Real demais para ser estória, esquisito demais para fazer sentido

E o tempo segue me impondo a dúvida
Real, imaginário?
Não tenho certezas, mas tenho certeza certeza das minhas duvidas!